Jean-Baptiste Debret,
foi um pintor, desenhista e professor francês, que integrou a Missão Artística
Francesa. Chegou ao Brasil em 1816, onde fundou no Rio de Janeiro a Academia
Imperial de Belas Artes onde lecionou pintura.
De volta a França em
1831, publicou o livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, onde retratava
os aspectos do homem, natureza e sociedade brasileira no século XIX.
Uma de suas obras
serviu de serviu como base para definir as formas geométricas e cores da
bandeira republicana do Brasil, adotada em 19 de novembro de 1889.
Na obra O cenário para
o bailado histórico, Debret recebeu a encomenda para pintar o que seria uma
espécie de cenário, um objeto para decorar um local onde o Rei Dom João VI
receberia inúmeras homenagens.
Aqui vemos o rei no
centro da pintura, em uma espécie de pedestal, abaixo três figuras masculinas,
cada uma representando uma das suas Nações Unidas de Portugal, Brasil e
Algarves. Debret usou aqui a mitologia como tema para a obra, rodeou o rei com
várias alegorias mitológicas e com soldados envolvidos por fumaça de nuvens. A
cena se passando sobre as águas faria relação a viagem que o rei fez para
chegar ao Brasil, e louvando as águas que trouxeram a monarquia para as terras
brasileiras, juntamente com a “civilização”.
A pintura hoje se
encontra na Chácara do Céu no Rio de Janeiro, onde estão as demais obras dele
feitas para o Teatro Real.
Neste próximo quadro,
Uma senhora brasileira em seu lar, pintura feita em 1830, Debret retrata um
ambiente doméstico, onde a mãe borda, a filha lê e os escravos parecem
integrados a família, porém ocupados com trabalhos manuais.
Nesta época leitura era
considerado um lazer para os letrados, o que leva a investigar a vida cultural
do Brasil neste déculo.
Debret fazia inúmeras
pinturas mostrando o cotidiano, em uma ramificação da pintura de gênero, ele
utilizava principalmente neste quadro, o gênero de pintura interna, mostrando o
cotidiano de pessoas dentro de suas casas, em diversas partes da casa, sala,
cozinha, quartos e etc.
Seguindo o mesmo gênero
de representação de cotidiano, porém agora em um ambiente externo, Debret
destaca em primeiro plano a brutalidade de como os escravos eram castigados no
Brasil durante o período de escravização de negros trazidos da África. Inteiramente
despido e amarrado, onde era possível apenas gritar, o escravo era açoitado
feitor com uma espécie de vara tirada de alguma árvore. O Feitor de pele branca
e em pé, retratando que ali possuía o poder. Ao fundo da obra pode-se perceber
o que parece ser outra cena de açoite a um segundo escravo amarrado em uma
arvore.
Graças a obras deste
tipo, podemos ter uma visão de como eram tratados e castigados.
Em uma outra obra
seguindo a temática de retratação de interiores de residências, uma das obras
mais difundidas pelos livros didáticos no brasil de Debret foi Um Jantar
Brasileiro.
Vemos na pintura acima
a desigualdade a partir da cor de pele, seguido pela disposição dos personagens
na cena, onde os escravos se encontram servindo os brancos, como é o caso da
mulher negra abanando a senhora branca, e outro aposto para servir os casal
diante de qualquer imprevisto que venha aparecer durante o jantar.
Analisando a partir da
mesa farta que é servida, percebemos a enorme desigualdade social, presente no
século XIX e que se estendeu, infelizmente, até nos dias de hoje no Brasil.
E também, como dito no
início deste texto, a obra que serviu para a composição da bandeira republicana
do Brasil.
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